Cultura

Festas


Por terem uma cultura muito relacionada à religião, as festas e rituais incas tinham sempre fins religiosos. A principal era a festa do Sol, uma forma de homenagem ao deus Sol (Inti), ancestral divino dos governantes, além de ser protetor e incentivador das colheitas. Essa festa também era chamada de “Festa de Terra”, uma vez que marcava o início dos trabalhos nos campos.
As festas oficiais, após a parte de cerimônia religiosa ou oficial, davam lugar para diversões como celebrações acompanhadas de comidas fartas, muita música, e danças populares como o “way-yaya”.

Simulação de festa
Além das festas, eram realizados eventos públicos que envolviam dança, canto e teatro. Os incas desenvolveram o teatro como forma de arte, e através de comédias e tragédias, encenavam sobre a vida cotidiana da civilização ou de cidadãos. As apresentações eram acompanhadas de música e canto, como no caso da "aranway", que era realizada no “walk”, centro sagrado do teatro.


Alimentação


Apesar de terem uma dieta com opções muito variadas, os alimentos eram consumidos de diferentes formas de acordo com os setores da sociedade.
Os grupos não privilegiados, que eram a maior parte do povo, comiam só duas refeições por dia. Nos Andes, o prato mais comum era o chuño (farinha de batata desidratada), mas também era comum a preparação de carne cozida ou seca (esta última apodrece mais lentamente, e portanto é muito útil), e de batatas, feijão e milho (es último era bastante consumido fervido ou torrado). Frutas também eram muito consumidas (principalmente a pêra ou o tarwi). Especiarias como o pimentão, a pimenta e  sal também eram utilizadas durante a preparação dos pratos.
No caso dos nobres, as refeições eram muito mais fartas em comparação com a dieta do povo. Eles comiam carnes de animais típicos da região, como a lhama e vicunha, além de patos selvagens, rãs, caracóis e peixes. Todas as sobras de comida que o Inca tivesse tocado deveriam ser guardadas em um cofre e queimadas.
Quanto às bebidas, o álcool era muito consumido, seja em festas, celebrações, ou rituais de passagem (como nascimento, puberdade, matrimônio ou morte). Desse gênero, a chicha era a bebida mais consumida, e era obitida a partir do milho. Além disso, estimulantes como a coca eram muito ingeridos pelos incas, pois permitiam que eles trabalhassem interruptamente.

Simluação de criança bebendo Chicha

Medicina

Nessa área, os incas se sobressaltam com descobrimentos farmacêuticos como no uso do quinino (que é proveniente das cascas de uma arvore típica dos Andes, a Cinchona) para o tratamento da malária; folhas de coca eram usadas como analgésicos e para a redução da fome, por serem estimulantes (também eram muito usadas pelos mensageiros do império, quais tinham que correr longas distâncias). Também descobriram, na área terapêutica, que o banho de ferimentos com cascas de pimenteiras cozidas era eficiente.


Escrita


Por não terem desenvolvido escrita, começaram a surgir na sociedade inca problemas devido a necessidade de serem feitos registros, contabilidades e anotações essenciais para o controle da sociedade. Esses problemas foram solucionados com a invenção de um método de contagem, os quipos. Esse instrumento é basicamente um conjunto de fios de couro de diferentes cores, juntos em diferentes alturas, nos quais eram feitos nós .Os quipucamoyoc (contadores) eram dotados de uma boa memória e eram responsáveis por notificar desde os carregamentos de milho e lã que entravam nos armazéns reais, sandálias que saíam, até o número de homens nascidos numa determinada região. Para manter a organização, cada quipucamayoc era especializado em um campo diferente (militar, econômico ou demográfico) e  os registros deles eram passados para um chefe superior, e em seguida destinados à Cuzco (capital do império), onde a contabilidade total do império era realizada.
A continuidade desse sistema era garantida através da transmissão de geração a geração desses costumes.

Quipos na prática
Quipos na teoria




Vestimenta


Após a puberdade, homens e mulheres ganhavam novas roupas, já de acordo com a vestimenta adulta. Os homens usavam túnicas sem mangas que atingiam os joelhos, ao passo que as mulheres usavam roupas um pouco mais conservadoras, as quais as cobriam quase integralmente. Nas estações mais frias eram usados longos mantos de lã (provenientes principalmente das lhamas).
O nível social de um inca também poderia ser identificado através da riqueza e elaboração de tecidos, uma vez que os incas gostavam de se adornar. É curioso também o uso de gorros de lã com cores distintas, as quais declaravam a origem de quem as utilizasse. Quanto aos acessórios, os guerreiros costumavam a utilizar colares com dentes de quem haviam derrotado.


Esquema de vestimenta


Arquitetura


As técnicas arquitetônicas incaicas surpreendem. Parte considerável das ruínas sobreviveram aos constantes terremotos de uma região localizada entre falhas tectônicas, e ainda se desconhece as técnicas utilizadas pelos incas para transportar e encaixar enormes blocos de pedra tão perfeitamente que nem mesmo uma lâmina de barbear poderia ser introduzida entre as peças. As obras civis de menor importância como casas do povo e depósitos de alimentos eram feitas de pedras irrregulares, ao passo as obras de maior importância eram feitas de pedras mais regulares e bem encaixadas, sem o uso de argamassa.
É curioso que as construções religiosas tinham normalmente plantas circulares, mas palácios e casas nobres eram mais quadriculares.
Em Cuzco foram feitas construções significativas como o Cori-Cancha, o templo do Sol e o Sacsahuamán, onde se honrava as divindades. Foi a partir deles que o resto da cidade foi traçado, incluindo as inúmeras estradas de pedra feitas em prol da expansão do Império.
Eles nunca construíram pirâmides, e as que foram encontradas nas regiões que já pertenceram ao seu imério são de civilizações anteriores.

Arquitetura